Filha de um ativista ambiental, a pequena Severn Cullis-Suzuki fundou, aos 12 anos, a ECO,
Environmental Children's Organization. Por meio dela, arrecadou dinheiro e
conseguiu participar da ECO 92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento que reuniu os principais e maiores líderes políticas do
mundo. E o que essa garota fez? Discursou por pouco mais de seis minutos e
falou verdades de doer.
O que ela faz hoje? É mãe de um menino, mora ao oeste do Canadá e ainda
é uma ativista. Além disso, é apresentadora de um programa de TV sobre a água e
os povos indígenas, e está envolvida no WeCanada, uma rede independente de
ONGs, ativistas, artistas e indivíduos, que buscam engajar os canadenses em
questões ambientais e demandar compromissos de seus políticos. E, claro,
pretende voltar ao Rio na próxima conferência sobre meio ambiente que acontece
em 2012.
Confira trechos do discurso de Severn e entenda porque suas palavras "calaram o mundo", como as pessoas gostam de dizer.
"Em minha vida, eu sonhei em observar grandes manadas de animais
selvagens, selvas e florestas repletas de pássaros e borboletas, mas agora eu
imagino se eles ainda existirão para que meus filhos possam vê-los. Você tinha
que se preocupar com essas pequenas coisas quando tinham minha idade?"
"Eu sou apenas uma criança e eu não tenho todas as soluções, mas eu
quero que percebam que nem vocês as têm! Vocês não sabem como consertar os
buracos na camada de ozônio. Não sabem como trazer o salmão subir um riacho morto.
Não sabem como trazer um animal extinto de volta à vida. E vocês não conseguem
recuperar uma floresta onde agora há um deserto. Se vocês não sabem como
consertar, parem de destruir!"
"Na escola, desde o jardim de infância, nos ensinam como nos comportar
no mundo. Vocês nos ensinam a não brigar com os outros, a resolver os
problemas, a respeitar os demais, a limpar a nossa bagunça, a não machucar
outras criaturas, a compartilhar - não ser ganancioso. E então por que é que
vocês vão e fazem tudo aquilo que pediram para a gente não fazer? Não se
esqueçam porque vocês estão aqui, nessa conferência, por quem vocês estão
fazendo isso: nós somos os seus próprios filhos. Vocês estão decidindo em que
tipo de mundo nós vamos crescer."
Na
frente do espelho
Sem que ninguém a visse
Miss
Linda, feia
Lindonéia desaparecida
Despedaçados,
atropelados
Cachorros mortos nas ruas
Policiais vigiando
O sol batendo nas frutas
Sangrando
Ai, meu amor
A solidão vai me matar de dor
Lindonéia,
cor parda
Fruta na feira
Lindonéia solteira
Lindonéia, domingo, segunda-feira
Lindonéia desaparecida
Na igreja, no andor
Lindonéia desaparecida
Na preguiça, no progresso
Lindonéia desaparecida
Nas paradas de sucesso
Ai, meu amor
A solidão vai me matar de dor
No
avesso do espelho
Mas desaparecida
Ela aparece na fotografia
Do outro lado da vida
Que a
força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com
fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de
sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu
mereço.
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos
suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado
na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o
espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la
florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.
Eis a prova definitiva de
que Nova Iorque é uma cidade nua” é o título um tanto quanto sensacionalista
que o New York Post escolheu para qualificar a instalação nudista feita pelo
fotógrafo Zach Hymann, feita em meio aos apáticos novaiorquinos. Ora, é sabido que a Big
Apple é famosa no mundo por permitir o
Topless feminino nas suas ruas, então não é
de estranhar que um fotógrafo promova streaps teases públicos, com direito a
pole dance nas barras verticais de apoio do trem.
A performance da atriz Jocely Sandana de 19 anos, durou exatamente 30 segundos, tempo suficiente para que o
fotógrafo obtivesse 10 fotos em cada sessão. A reação da maioria dos
passageiros, como é praxe em Nova Iorque, foi de atitude blasé,
indiferença, exceto por uma mulher que começou a gritar e um idoso que começou
a tremer.
O fotógrafo diz que retratar mulheres nuas em público é muito mais fácil do que
homens, já que as pessoas tendem a recepcionar a nudez feminina com sorrisos,
assobios e até aplausos, ao passo que geralmente se chocam diante da visão do
pênis.
A epopéia de Zach nos trens pode nos levar a refletir sobre as utilidades
da arte. E uma delas é chocar os
espectadores, que durante a súbita ação são arrancados das suas rotinas
cinzentas por um acontecimento que provavelmente jamais se repita nas suas
vidas. Uma bela jovem deixa cair o seu robe em meio aos passageiros
atônitos/anônimos e lhes confere instantes vertiginosos de individualização. Hymann apresentará o
resultado do seu trabalho numa exposição de fotografias na Galeria Maiden, onde
reúnirá uma seleção das 14 melhores poses. Mesmo que a proposta tenha sido
extremamente singela, o fotógrafo conseguiu mobilizar uma boa mídia em torno do
seu projeto, certamente por ter usado como matéria prima o produto mais
vendável já inventado até hoje: a nudez feminina.